Mais a visão se aprofunda,
mais estrelas se percebem,
na escuridão...

3 de agosto de 2013

Queria


Deitar na areia, no rio, na nuvem, no espaço.
Repousar mente, coração e alma.

Lentamente, meu todo a se fundir
ao sol, à água, ao ar, ao nada.
até que só restem memórias e dores
que o tempo diluirá em tênue consciência.

Nenhuma nova lição, nem sentimento, nem decepção.
Nenhum remorso por não mais fazer, não mais querer,
não mais cansaço.

Sem mais ânsia por chegar a ser,
sem mais tristeza pelos que não foram e não serão.

Sem mais buscar reciprocidade, justeza, equilíbrio.
Sem inconformismos.

A mesma solidão essencial,
incômoda,
autopreservadora,
apenas eternizada.

23.03.1997 - rev. 02.08.2013