Nunca soube os porquês
desta nave diminuta,
deste impulso desafiador,
deste poder de sobreviver,
desta vontade de prevalecer
deste meu coração audaz.
Noites de solidão,
lutas inevitáveis,
fome, intempérie, maldade,
tudo enfrentou e suportou,
este meu coração audaz.
Sem rumo,
mas certo de chegar
e poder esquecer agruras,
descansar as dores,
ser visto como um ser,
descobrir se existe amor
para este coração audaz.
Nem sei bem por onde estive,
até perceber-me aqui,
morada que conquistei,
vida que se acalmou,
vida apressada veloz...
Dei, recebi, amei, guardei,
ocupei todos os espaços.
Somente o tempo venceu
o que jamais deixei de ser,
este cão de coração audaz.
Tico - out/2010