Mais a visão se aprofunda,
mais estrelas se percebem,
na escuridão...

27 de junho de 2020

COVID-19 - Doença sistêmica e sequelante

(Imagem: © Andriy Onufriyenko / Getty Images)

Uma visão abrangente da COVID-19 e de seu agente patogênico SARS-CoV-2.

Este artigo compila e analisa as informações disponíveis até o momento
sobre o vírus, os sintomas, efeitos, lesões, eventos e seqüelas da doença,
bem como os "subsistemas" afetados, no organismo humano.

Os textos autorais e a organização das informações apresentadas
foram cuidadosamente estudados para atender aos objetivos globais do artigo
e não devem ser utilizados fora deste contexto.

Por favor, não copie parcial ou integralmente.

Se desejar compartilhar este artigo, utilize um link para esta página.
(Este website não objetiva e não precisa de pageviews...)

Textos autorais, traduções,
pesquisa, compilação, tabulação e cruzamento de dados.
© 2020 - Alfredo Cyrino




Conteúdo

Este índice contém hiperlinks que conduzem diretamente a cada tópico.
Recomendo a leitura sequencial do texto.






















COVID-19 é doença viral altamente contagiosa e potencialmente sequelante, cuja gravidade pode variar desde condições assintomáticas, até síndrome respiratória grave, doença sistêmica endotelial e possivelmente doença hematológica, dependendo de fatores como:

·        capacidade de reação do sistema imunológico do paciente;

·        rotas de disseminação do vírus, no organismo;

·        severidade com que atinja outros órgãos e sistemas.


Veículos jornalísticos, responsáveis principais por informar a população, parecem tratar como "novidades" ou eventos inusitados e pouco freqüentes as chamadas "complicações" da COVID-19 que afetam, além do aparelho respiratório, inúmeros outros sistemas do organismo humano.

Alguns outros veículos informativos (p.ex., revistas online ou impressas) consideram a abordagem de doença sistêmica, mas de maneira um tanto superficial.

Gestores de políticas públicas de saúde, pesquisadores, médicos, profissionais de saúde em geral, e outros envolvidos no combate à doença, em sua maioria, aparentemente evitam enunciar publicamente uma visão abrangente da natureza da COVID-19.


Interessados em conhecer os motivos deste artigo, as referências, a fundamentação e as explicações (simplificadas), encontrarão a seguir um texto razoavelmente conciso.






Objetivando somente as perspectivas científicas do tema, este texto não incorre em quaisquer considerações políticas relacionadas.

Este texto não preconiza (nem desaconselha) quaisquer medidas de distanciamento social, ou o uso de quaisquer medicamentos específicos, para tratamento ou prevenção da COVID-19.

Relatórios de pesquisas sobre "reposicionamento de medicamentos" constam das referências, unicamente porque se relacionam diretamente com a compreensão da patogênese viral.

Medicamentos tiveram seus nomes destacados em verde, para evidenciar a infinidade de fármacos cujos efeitos e mecanismos de ação estão sendo estudados.

Em sua maioria, os documentos citados como referências são dinamicamente atualizados, de modo que os respectivos links poderão não conduzir às suas versões mais recentes (as quais sempre poderão ser facilmente acessadas, nos websites de destino).






Não possuo formação acadêmica em áreas diretamente relacionadas a este tema.

Engenheiro de sistemas, pensador obstinado diante de problemas instigantes, cuja solução possa ser relevante para os seres humanos.

Tradutor profissional, especialista em terminologias técnicas, inclusive relacionadas a este tema.

·.Asseguro a fidelidade das traduções/versões dos textos aqui referenciados.

·.Para leitura dos originais completos, os respectivos links sempre estarão ao final de cada tópico.






Venho, há anos, aplicando tempo substancial ao estudo meticuloso de matérias científicas de inúmeras áreas de conhecimento, provenientes de fontes confiáveis e, tanto quanto possível, politicamente neutras.

Desde o advento da epidemia de SARS (2002), tenho priorizado publicações das áreas de genética, biologia molecular (em especial genômica), infectologia, epidemiologia, biocomputação e correlatas, além daquelas relativas ao estado de preparação (preparedness) global em face do provável e iminente surgimento de uma pandemia.

Quanto a este último aspecto, conclusões sempre desalentadoras sobre o que a Humanidade poderia (ou não) realizar, em ternos de prevenção e mitigação de um desastre de tais proporções.






Ilustrando as preocupações mencionadas no parágrafo anterior, transcrevo trechos deste relatório científico, abordado há 2 anos pela Live Science, contendo uma perfeita descrição antecipada do vírus causador da COVID-19.

Here's What the Next Pandemic Pathogen Might Look Like
By Rachael Rettner May 12, 2018

Versão: Alfredo Cyrino
[Notas do tradutor estão entre colchetes.]

Este é o provável perfil do próximo patógeno pandêmico

Por Rachael Rettner 
12 de Maio de 2018

"Precisamos encarar seriamente os vírus respiratórios", disse o Dr. Amesh Adalja, pesquisador do Centro Johns Hopkins para Segurança da Saúde, em Baltimore, que conduziu a elaboração do relatório.

 "Existe muito foco em doenças que não serão capazes de alterar a civilização, da maneira que ela seria alterada por algo que se dissemine pela via respiratória".
...
...
...
Historicamente, as autoridades têm-se preparado para pandemias, concentrando-se em uma lista de "suspeitos comuns" doenças que causaram surtos no passado, como a gripe e a SARS (síndrome respiratória aguda grave), ou aquelas que poderiam ser usadas como armas biológicas.

Mas, essa abordagem não considera patógenos que não sejam conhecidos atualmente, ou que historicamente [já] não tenham causado surtos, disseram os pesquisadores.

Assim sendo, para [este] novo relatório, os pesquisadores iniciaram basicamente do zero, sem noções preconcebidas sobre qual seria o culpado mais provável por tais pandemias. Eles revisaram a literatura sobre o potencial patogênico de microrganismos em outras palavras, a probabilidade de os germes se espalharem rapidamente bem como tópicos relacionados; e entrevistaram mais de 120 especialistas em campo.

O relatório constatou que um patógeno com potencial para causar um desastre pandêmico global, além de ser transportado pelo ar, provavelmente teria as seguintes características:

• Seria contagioso durante o "período de incubação", antes que as pessoas apresentassem algum sintoma, ou quando apresentassem apenas sintomas leves;

• Seria um micróbio ao qual a maioria das pessoas não fosse imune e, portanto, haveria uma grande população de hospedeiros humanos suscetíveis;

• Não haveria [para a doença causada por ele] um método de tratamento ou prevenção já existente;

• Teria uma taxa de mortalidade "baixa, mas significativa".

Embora a característica final possa parecer surpreendente, Adalja observou que um patógeno não precisa ter uma alta taxa de mortalidade, nem matar a maioria das pessoas infectadas, para causar grandes perturbações na sociedade. "Ele precisa apenas adoecer uma grande quantidade de pessoas", disse ele à Live Science. (Um patógeno com uma alta taxa de mortalidade poderia matar muitas pessoas muito rapidamente e, portanto, ficar sem "hospedeiros" para se espalhar mais, observou o relatório.)



Recomendo também a leitura integral deste primoroso artigo publicado pela Time Magazine, em 04 de maio de 2017.

Deixo de apresentar a tradução, por tratar-se de um texto bastante longo.

The World Is Not Ready for the Next Pandemic
By Bryan Walsh

O mundo não está preparado para a próxima pandemia







Compor uma visão evidence-based da patogênese do vírus SARS-CoV-2 (causador da COVID-19) exigiu analisar o tema por meio de métodos iterativos de pesquisa, aquisição e cruzamento de informações, para identificar os seguintes três aspectos.



Dentre centenas de matérias informativas e relatórios de pesquisas detidamente examinados, publicados em repositórios internacionais dinamicamente atualizados, relaciono apenas uma parte daqueles que contribuíram para a compreensão destas características.




Análise de alvos terapêuticos para SARS-CoV-2 e descoberta de potenciais medicamentos por métodos computacionais

Fonte: Science Direct (Elsevier)

Publicação: 27.02.2020

Comentário:
Um dos primeiros estudos deste tipo.

Pesquisa sobre medicamentos potencialmente utilizáveis no combate ao SARS-CoV-2, analisados por simulação em supercomputadores, quanto aos seus potenciais de ligação às proteínas envolvidas na invasão das células humanas e na replicação do vírus.

Analysis of therapeutic targets for SARS-CoV-2 and discovery of potential drugs by computational methods





Reposicionamento de medicamentos auxiliado por supercomputador em escala: Triagem virtual para inibidor da protease do SARS-CoV-2

Fonte:        
ChemRxiv (ACS-American Chemical Society, Chinese Chemical Society, Chemical Society of Japan, GDCh - German Chemical Society, Royal Society of Chemistry).

Publicação: 10.04.2020

Supercomputer-aided drug repositioning at scale: Virtual screening for SARS-CoV-2 protease inhibitor





Acoplamento molecular revela o potencial de aliscireno, dipiridamol, mopidamol, rosuvastatina, rolitetraciclina e metamizol, na inibição da principal protease do vírus da COVID-19.

Fonte:
ChemRxiv (ACS-American Chemical Society, Chinese Chemical Society, Chemical Society of Japan, GDCh - German Chemical Society, Royal Society of Chemistry).

Publicação: 03.04.2020

Molecular docking reveals the potential of aliskiren, dipyridamole, mopidamol, rosuvastatin, rolitetracycline and metamizole to inhibit COVID-19 virus main protease.





Biologia estrutural indica um caminho para vacina contra o Coronavírus

Fonte: NIH - National Institutes of Health (USA)

Publicação: 03.03.2020

Structural Biology Points Way to Coronavirus Vaccine





Enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) é um receptor funcional para o coronavírus SARS. [Refere-se à epidemia de SARS iniciada em 2002].

Fonte: NCBI - National Center for Biotechnology Information (USA)

Publicação: 27.11.2003

Comentário:
Estudo sobre o papel da enzima ACE2, na infecção pelo SARS-CoV (2002-2004)

Angiotensin-converting enzyme 2 is a functional receptor for the SARS coronavirus





Um modelo preditivo da inativação do coronavírus, em função de temperatura.

Fonte:
ChemRxiv (ACS-American Chemical Society, Chinese Chemical Society, Chemical Society of Japan, GDCh - German Chemical Society, Royal Society of Chemistry).

Publicação: 04.05.2020

A predictive model of the temperature-dependent inactivation of coronaviruses.





Tratamento antiviral da COVID-19

Fonte: NCBI - National Center for Biotechnology Information (USA)

Publicação: 15.04.2020

Comentário:
Discute o uso de antivirais no tratamento da COVID-19.

Estudo relevante para compreensão dos mecanismos de infecção, por meio de descrição e análise das formas de ação dos fármacos analisados (cloroquina, hidroxicloroquina, lopinavir / ritonavir, favipiravir, remdesivir, nitazoxanida, ivermectina).

Antiviral treatment of COVID-19





Potencial terapêutica dupla contra SARS-CoV-2 / COVID-19, com nitazoxanida e hidroxicloroquina.

Fonte: ResearchGate (Berlin, Germany)

Publicação: Março de 2020

Comentário:
Estudo relevante para compreensão dos mecanismos de infecção, por meio de descrição e análise das formas de ação desses medicamentos.

Potential dual therapeutic approach against SARS-CoV-2/COVID-19 with Nitazoxanide and Hydroxychloroquine





Metronidazol, uma potencial nova adição ao regime de tratamento da COVID-19.

Fonte: Fonte: NCBI - National Center for Biotechnology Information (USA)

Publicação: 30.03.2020

Comentário:
Estudo relevante para compreensão dos mecanismos de infecção, por meio de descrição e análise das formas de ação desse medicamento.

Metronidazole; a Potential Novel Addition to the COVID-19 Treatment Regimen





Caracterização das doenças MERS e COVID-19

Fonte:        
NIH - National Institutes of Health (USA)
NIAID - National Institute of Allergy and Infectious Diseases

Publicação: 22.04.2020

Comentário:
Resultados de estudos de similaridades entre as doenças MERS (2012) e COVID-19.

Considero importante destacar este trecho (sublinhei):

"After entering the cell, the viruses delay usual immune system responses, allowing the infection to gain a foothold. By the time the immune system responds, the infection has progressed and becomes much harder to fight..."

"Depois de entrar na célula, os vírus atrasam as respostas usuais do sistema imunológico, permitindo que a infecção se estabeleça.
Quando o sistema imunológico responde, a infecção [já] progrediu e se torna muito mais difícil de combater..."

Characterizing MERS and COVID-19 Disease





Estudo genômico aponta para origem natural da COVID-19.

Publicação: 25.03.2020

Fonte: NIH - National Institutes of Health (USA)

Comentário:
Considero importante destacar este trecho (sublinhei):

"The genomic data of the new coronavirus responsible for COVID-19 show that its spike protein contains some unique adaptations. One of these adaptations provides special ability of this coronavirus to bind to a specific protein on human cells called angiotensin converting enzyme (ACE2)."

"Os dados genômicos do novo coronavírus, responsável pela COVID-19, mostram que a sua proteína spike contém algumas adaptações únicas. Uma dessas adaptações provê a esse coronavírus a capacidade especial de se ligar a uma proteína específica nas células humanas, a enzima conversora de angiotensina (ACE2)."

Genomic Study Points to Natural Origin of COVID-19





Reconhecimento de receptores pelo novo coronavírus de Wuhan: uma análise baseada em estudos estruturais do SARS-coronavírus, ao longo de uma década.

Fonte: American Society for Microbiology - Journal of Virology

Publicação: 17.03.2020

Receptor Recognition by the Novel Coronavirus from Wuhan: an Analysis Based on Decade-Long Structural Studies of SARS Coronavirus





O perfil de um assassino: a complexa biologia que "alimenta" a pandemia de coronavírus.

Fonte: Nature.com - Nature Research Journal

Publicação: 04.05.2020

Comentário:
Artigo excepcionalmente explicativo e elucidativo.

Profile of a killer: the complex biology powering the coronavirus pandemic







Das referências apresentadas no item anterior, podemos delinear simplificadamente a patogênese do SARS-CoV-2.

Há uma infinidade de coronavírus que infectam aves e mamíferos.

São conhecidos apenas 7 coronavírus capazes de infectar seres humanos:

1. Coronavírus humano OC43 (HCoV-OC43)

2. Coronavírus humano HKU1 (HCoV-HKU1)

3. Coronavírus humano 229E (HCoV-229E)

4. Coronavírus humano NL63 (HCoV-NL63)

5. Coronavírus MERS-CoV, causador da MERS - Síndrome Respiratória do Oriente Médio [2012 em diante]

6. Coronavírus SARS-CoV, causador da SARS - Síndrome Respiratória Aguda Grave [2002 a 2004]

7. Coronavírus SARS-CoV-2, causador da COVID-19.

Os 4 primeiros causam enfermidades relativamente leves.

Os 3 últimos causam enfermidades potencialmente graves.

Tanto o SARS-CoV-2 (causador da COVID-19), quanto o seu "antecessor" SARS-CoV (causador da SARS), utilizam como "porta de entrada" uma enzima existente no organismo humano, ligando-se a ela e a utilizando para literalmente abrir caminho para invadir as células.

Essa "porta de entrada" é a ACE2 (enzima conversora de angiotensina 2), que desempenha importantes funções no organismo.

Entretanto, o SARS-CoV-2 liga-se à ACE2 de um modo notavelmente "aprimorado" e 10 a 20 vezes mais "forte" do que o seu antecessor SARS-CoV, o que explica o seu elevado poder de infecção e, portanto, de disseminação.

Por decorrência, quando o SARS-CoV-2 entra em contato com um tecido em cujas células a ACE2 esteja presente, é muito elevada a probabilidade de que tenha êxito infectando esse tecido.



(Contornando os tecnicismos já vistos nas referências mencionadas.)

· O SARS-CoV-2 se assemelha a uma esfera cravejada de "espinhos" [spike proteins, ou espículas; complexas estruturas protuberantes, constituídas de proteínas "entrelaçadas"].

Pense em um fruto de mamona, reduzido à dimensão de 50 a 200 nanômetros, ou seja, 50 a 200 bilionésimos de milímetro.

· Examinados "bem de perto", esses "espinhos" apresentam "formas", "saliências" e "reentrâncias" [constituindo o denominado RBD - receptor-binding domain] que se "encaixam" perfeitamente [ligam-se quimicamente] em determinados locais [receptores] das moléculas de ACE2.

Pense nesses "espinhos" como se fossem "chaves-tetra" e nos receptores como sendo suas respectivas e únicas "fechaduras".

· O vírus "reconhece" com perfeição as "fechaduras" da ACE2 adequadas para acoplar as suas "chaves-tetra".

· Uma vez acoplado à ACE2, o vírus "comanda" quimicamente um processo relativamente complexo para "abrir a porta", o que lhe permite invadir a célula, injetando nela o seu código genético (RNA) e recrutando o "maquinário genético" da célula para produzir novos vírus a partir de cópias desse RNA.

· Os novos vírus deixam a célula hospedeira, que morre.



(Como consta das referências já mencionadas.)

O vírus invade inicialmente o organismo pelas mucosas da boca, garganta, nariz, olhos (onde a ACE2 também se faz presente), permanecendo nessas regiões por um curto período, até "ganhar tração" para chegar aos pulmões.

Eventualmente, dependendo de inúmeros fatores, o vírus pode infectar diretamente os pulmões, sendo ainda desconhecido o exato mecanismo desta ocorrência.

Nos pulmões, onde a ACE2 existe em profusão, especialmente nas células endoteliais dos microalvéolos pulmonares (onde ocorre a hematose (responsável pelas trocas gasosas envolvendo Oxigênio e CO2), o vírus causa uma pneumonia viral e ganha também acesso à circulação sanguínea (conforme estudo citado no  Item 8) que, em tese, transportaria partículas virais para outros "subsistemas" do corpo humano.






Como elementos comuns aos "subsistemas" susceptíveis à infecção pelo SARS-CoV-2, temos a própria circulação sanguínea, presente em (quase) todos os tecidos do organismo, e temos a ACE2 ("porta de entrada" para o SARS-CoV-2), presente na superfície externa (membrana celular) das células de inúmeros órgãos e sistemas do corpo humano, dentre os quais:

· Alvéolos pulmonares;

· Endotélio (revestimento protetor interno) de todos os vasos (veias, artérias, capilares...) do sistema circulatório;

· Coração: nos cardiomiócitos (células musculares) e no endotélio vascular das coronárias;  

· Rins;

· Intestino delgado: nos enterócitos (células absortivas do epitélio intestinal);

· Musculatura lisa, na maioria dos órgãos;

· Olhos: nas conjuntivas e superfície dos globos oculares;

· Cérebro, onde também está presente a "expressão do mRNA" da ACE2 [RNA mensageiro que induz a produção da ACE2]: no córtex cerebral, no corpo estriado, no hipotálamo, no tronco cerebral,  e na glia (células com funções como sustentação, nutrição e fagocitose).






A seguir, o resultado de levantamento, tabulação e cruzamento de informações relativas aos "subsistemas susceptíveis" mencionados no tópico anterior.

Esta coletânea não exaustiva de matérias, pesquisas e estudos selecionados, sobre sintomas, lesões, eventos e seqüelas da COVID-19, afetando inúmeros "subsistemas" do organismo humano, corrobora por evidências a natureza sistêmica da COVID-19.

Estes relatórios não tratam de eventos isolados, mas sim de observações, pesquisas e análises realizadas em instituições médicas e científicas relevantes e considerando grupos significativos de pacientes.




·         Cardiovascular

Qual a associação entre COVID-19 e morbidade e mortalidade por doença cardiovascular?

American College of Cardiology
26.03.2020

What is the association between COVID-19 and morbidity and mortality from cardiovascular disease?





·         Renal

Doença renal crônica está associada à infecção grave por coronavírus - COVID-19.

NCBI - National Center for Biotechnology Information (USA)
28.03.2020

Chronic kidney disease is associated with severe coronavirus disease (COVID-19) infection





·         Pulmonar

Pneumonia viral
Lesões características bilaterais, de extensões aproximadas; imagens de vidro fosco (ground glass) ou opacidades com atenuação de vidro fosco.

Características de imagens para COVID-19 - Vídeo

Osmosis.org - USA
16.03.2020

Imaging features of COVID-19 - video





·         Gastrointestinal

COVID-19 e sintomas gastrointestinais

WebMD - USA
03.2020

COVID-19 and Gastrointestinal Symptoms





Sintomas gastrointestinais comuns em pacientes de COVID-19

Stanford Medicine - USA
16.04.2020

Gastrointestinal symptoms common in COVID-19 patients





Especialista da Mayo Clinic explica os sintomas gastrointestinais relacionados à COVID-19

Mayo Clinic - USA
08.04.2020

Mayo Clinic expert explains gastrointestinal symptoms related to COVID-19





·         Pancreático

Acumulam-se indícios sugerindo que o coronavírus pode desencadear diabetes.
Evidências de estudos de tecidos e de algumas pessoas com COVID-19 mostram que o vírus danifica as células produtoras de insulina.

Nature.com - Nature Research Journal
24.06.2020

Mounting clues suggest the coronavirus might trigger diabetes
Evidence from tissue studies and some people with COVID-19 shows that the virus damages insulin-producing cells.





·         Hematológico

Coagulopatias - trombocitopenia, sangramento, trombose

Mecanismo de trombocitopenia em pacientes de COVID-19.

NCBI - Mechanism of thrombocytopenia in COVID-19 patients
15.04.2020





FAQ sobre o potencial impacto da COVID-19, sobre o risco de trombose e/ou sangramento.

American College of Cardiology
22.04.2020

FAQ on the potential impact of COVID-19 on thrombotic and/or bleeding risk 





·         Cerebral & Neurológico - seqüelas diversas

COVID-19 está relacionada a AVC de grandes vasos, em adultos jovens.

Medscape - USA
24.04.2020

COVID-19 Linked to Large Vessel Stroke in Young Adults





Como a COVID-19 afeta o cérebro.

Medscape - USA
17.04.2020

How COVID-19 Affects the Brain





·         Dermatológico

Lesões características nos dedos das mãos e dos pés.
Registro de dermatologia online sobre a COVID-19.

American Academy of Dermatology
Online COVID-19 dermatology registry
2020 - continuamente atualizado





Lesões nos artelhos, similares a queimaduras pelo frio.

Live Science - USA
30.04.2020

Live Science - Frostbite Toes - COVID-19





Numerosos relatórios de rashes cutâneos relacionados à COVID-19

Live Science - USA
04.05.2020

Numerous reports of skin rashes tied to COVID-19





Coronavírus: Crianças afetadas por rara doença do tipo Kawasaki.

BBC - English
14.05.2020

Coronavirus: Children affected by rare Kawasaki-like disease





·         Hipóxia silenciosa

Hipóxia silenciosa pode estar matando pacientes de COVID-19.

Resumo (tradução)

Pacientes cujos níveis de saturação de oxigênio no sangue são extremamente baixos, mas que não respiram com dificuldade. Esses pacientes estão bastante doentes, mas sua doença não se apresenta como uma típica síndrome de desconforto respiratório agudo.

Live Science - Silent hypoxia may be killing COVID-19 patients
23.04.2020





Pneumonia silenciosa, que dificulta o diagnóstico de casos graves de COVID-19, intriga médicos.

Matéria muito importante.

BBC - Português
24.04.2020





Oximetria de pulso pode ser um divisor de águas, segundo médico de emergência.

Medscape - USA
24.04.2020

COVID-19: Home Pulse Oximetry Could Be Game Changer, Says ER Doc





·         Oftalmológico

Manifestações oculares e características clinicas de 534 casos de COVID-19, na China: um estudo transversal.

MedRxiv (Cold Spring Harbor Laboratory - CSHL, Yale University, and BMJ)
16.03.2020

Ocular manifestations and clinical characteristics of 534 cases of COVID-19 in China: A cross-sectional study





·         Oral

Elevada expressão do receptor ACE2 para o SARS-CoV-2, nas células epiteliais da mucosa oral.

NCBI - National Center for Biotechnology Information (USA)
IJOS - International Journal of Oral Science
24.02.2020

High expression of ACE2 receptor of 2019-nCoV on the epithelial cells of oral mucosa







Esta matéria auto-explicativa e didática, do Hospital Universitário de Zurique (Suíça), é suficiente para esta caracterização.




COVID-19: also a systemic endotheliitis
University Hospital Zurich (UHZ) 
20.04.2020

Versão: Alfredo Cyrino
[Notas do tradutor estão entre colchetes.]

COVID-19: também uma endotelite sistêmica
Hospital Universitário de Zurique
20.04.2020

A COVID-19 tem sido considerada uma doença pulmonar.

Até agora, não está claro o motivo pelo qual os pacientes sofrem falência de órgãos, com risco de morte, em outros órgãos que não os pulmões.

Uma equipe interdisciplinar do Hospital Universitário de Zurique demonstrou agora que o SARS-CoV-2 causa diretamente uma inflamação nos vasos sanguíneos e que isto pode levar à falência de órgãos e até mesmo à morte.

Os primeiros pacientes de COVID-19, com progressões graves da doença, sofriam principalmente de inflamações pulmonares virais de difícil tratamento, como complicação. Esta é uma doença típica relacionada aos coronavírus, uma vez que eles atacam principalmente as vias respiratórias.

Entretanto, os médicos perceberam que um número crescente de pacientes apresentava problemas cardiovasculares e falência de múltiplos órgãos, e não estava claro se e até que ponto isto estaria relacionado à inflamação dos pulmões dos pacientes. Como estes eventos afetavam principalmente as pessoas idosas, os médicos assumiram que o stress orgânico causado pelo vírus estaria desencadeando problemas cardiovasculares típicos desta faixa etária.

Alterações e SARS-CoV-2 em todos os vasos sanguíneos

Durante análises de amostras de tecidos obtidas após a autópsia de pacientes falecidos com COVID-19, os patologistas do Hospital Universitário de Zurique descobriram agora que os pacientes não estavam sofrendo apenas de uma inflamação dos pulmões, mas também de uma inflamação de todo o tecido endotelial, em uma ampla variedade de órgãos.

Além disto, o patologista Prof. Zsuzsanna Varga utilizou um microscópio eletrônico para constatar pela primeira vez que o SARS-CoV-2 está presente e causa necrose celular no tecido endotelial.

O tecido endotelial é uma camada celular que atua como um revestimento protetor nos vasos sanguíneos e regula e equilibra diversos processos nos microvasos. A interrupção desse processo regulatório pode, por exemplo, causar distúrbios circulatórios nos órgãos e tecidos corporais, resultando em necrose celular e, portanto, na morte desses órgãos ou tecidos.

O vírus atacando o próprio sistema de defesa do corpo

Os pesquisadores concluíram que o vírus não ataca o hospedeiro através dos pulmões, como se presumia anteriormente, mas sim ataca diretamente o sistema de defesa do corpo, através dos receptores ACE2 encontrados no tecido endotelial, e se dissemina, e causa uma inflamação geral do tecido endotelial, o que interrompe a sua função protetora.

Isto significa que o vírus não apenas desencadeia a inflamação dos pulmões, o que causa outras complicações, mas também é diretamente responsável pela endotelite sistêmica, uma inflamação de todo o tecido endotelial do corpo, que afeta todos os leitos dos vasos - no coração, no cérebro, no pulmão e nos vasos renais, bem como nos vasos no trato intestinal.

As conseqüências são fatais, pois isto resulta em graves distúrbios microcirculatórios que danificam o coração, desencadeiam embolias pulmonares e oclusões vasculares no cérebro e no trato intestinal, podendo também levar à falência de múltiplos órgãos e até mesmo à morte.

O tecido endotelial de pacientes mais jovens geralmente é capaz de lidar bem com os ataques lançados pelo vírus.

A situação é diferente para pacientes que sofrem de hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca ou doenças cardíacas coronarianas, todas estas condições possuindo uma coisa em comum: sua função endotelial está acentuadamente prejudicada.

Estes pacientes estarão particularmente em risco, se forem infectados pelo SARS-CoV-2, pois a sua função endotelial, já enfraquecida, diminuirá ainda mais, especialmente durante a fase em que o vírus se reproduz mais.







Este é o modelo de patogênese mais aceito, caracterizando a COVID-19 como doença viral primariamente respiratória.

Crédito desta imagem - ResearchGate.net


Entretanto (além do modelo de doença sistêmica endotelial, apresentado no tópico anterior), um modelo de patogênese caracterizando a COVID-19 como doença hematológica viral parece oferecer insights valiosos em muitos aspectos que, segundo diversas publicações relevantes, ainda intrigam pesquisadores e médicos, podendo, talvez, ser adotado em contraposição ou em complemento ao modelo mais aceito.

O estudo científico que primeiro apontou nesta direção (causando certa polêmica) preconiza basicamente que:

· Em vez de causar primariamente uma doença pulmonar, o vírus poderia estar apenas invadindo o organismo através dos pulmões, por onde chegaria diretamente ao sangue, atacando a hemoglobina e comprometendo assim a capacidade de oxigenação (o que é condizente com a referência anterior, sobre "Hipóxia silenciosa").

· Por meio da circulação sanguínea, o vírus chegaria aos demais órgãos e sistemas do corpo.

· A síndrome respiratória seria apenas um dos sintomas graves a se evidenciar quando os tecidos pulmonares estivessem já bastante lesionados, inclusive pela severa queda nos níveis de trocas gasosas CO2 / 02.


Fonte:        
ChemRxiv (ACS-American Chemical Society, Chinese Chemical Society, Chemical Society of Japan, GDCh - German Chemical Society, Royal Society of Chemistry).


06.mar.2020 - Publicada a Versão 1

Doença COVID-19: ORF8 e glicoproteína de superfície inibem o metabolismo do heme, por ligação à porfirina



13.abr.2020 - Publicada a Versão 7

COVID-19 ataca a cadeia 1-beta da hemoglobina e captura a porfirina para inibir o metabolismo do heme humano.



14.abr.2020 - Publicada uma contestação à Versão 7

Métodos falhos em [referência à versão 7 do estudo]



27.04.2020 - Publicada a Versão 8

A despeito da contestação à versão 7, os autores revisaram o estudo e o mantiveram publicado.

COVID-19 ataca a cadeia 1-beta da hemoglobina e captura a porfirina para inibir o metabolismo do heme humano.




Recomendo a leitura da íntegra e não apenas do abstract abaixo transcrito.

COVID-19 Attacks the 1-Beta Chain of Hemoglobin and Captures the Porphyrin to Inhibit Human Heme Metabolism

Version 8

Versão: Alfredo Cyrino

[Meus melhores esforços em face de um texto escrito em Inglês um tanto deficiente.]

[Notas do tradutor estão entre colchetes.]

COVID-19 ataca a cadeia 1-beta da hemoglobina e captura a porfirina para inibir o metabolismo do heme humano.

Versão 8
        
Preprint revisado em 25.04.2020 e postado em 27.04.2020
Por Liu Wenzhong, Li Hualan

A nova pneumonia por coronavírus (COVID-19) é uma doença respiratória aguda infecciosa, causada pelo novo coronavírus.

Trata-se de um vírus de RNA de cadeia de sentido positivo, de alta homologia com o coronavírus dos morcegos.

Neste estudo, utilizamos análise de domínios conservados, modelagem de homologia e acoplamento molecular, para comparar os papéis biológicos de proteínas específicas do novo coronavírus.

Os resultados mostraram que algumas proteínas virais estruturais e não estruturais podem ligar-se respectivamente [sic] à porfirina. Ao mesmo tempo, as proteínas ORF1ab, ORF10 e ORF3a coordenam-se para atacar o heme na cadeia 1-beta da hemoglobina, dissociando o Ferro para formar porfirina.

A desoxihemoglobina é mais vulnerável aos ataques do vírus do que a hemoglobina oxidada.

O ataque faz com que cada vez menos hemoglobina possa transportar Oxigênio e Dióxido de Carbono, produzindo sintomas de desconforto respiratório.

O ataque do vírus danifica muitos órgãos e tecidos.
As células pulmonares tornam-se intoxicadas e inflamadas, devido aos derivados produzidos pelo ataque, o que eventualmente resulta em imagens pulmonares semelhantes a vidro fosco.

Os [vasos] capilares quebram-se [sic] facilmente, devido à inflamação.
Proteínas como o fibrinogênio preenchem as fendas [trincas] dos capilares, através da reação de coagulação. Portanto, acumulam-se muita fibrina e muitos trombos no tecido pulmonar de pacientes críticos.

O mecanismo também interfere na via anabólica normal do heme do corpo humano, sendo esperadas [outras] doenças como resultado.

Este artigo é apenas para discussão acadêmica.
A exatidão da teoria precisa ser confirmada por outros experimentos.
De acordo com sugestões de leitores, foi excluído o conteúdo da análise de eficácia relacionada a medicamentos.
Devido aos efeitos colaterais dos medicamentos, consulte um médico qualificado para obter informações detalhadas sobre o tratamento e não pratique automedicação.
Esperamos que estas descobertas tragam novas idéias para as pessoas e inspirem a confiança em derrotar o vírus.

Instituição: Universidade de Ciência e Engenharia de Sichuan - China

Notas das versões

1. Com base em sugestões de leitores, reescrevemos parte do conteúdo.
As conclusões básicas permanecem inalteradas.

2. Novas descobertas:
1) Algumas proteínas estruturais e não estruturais do vírus podem ligar-se à porfirina. O mecanismo detalhado não está claro.

2) Por acoplamento molecular, ORF3 e ORF10 podem ser incorporados na desoxihemoglobina, respectivamente. Isto é comprovado ainda por cálculos de que proteínas virais podem atacar a hemoglobina [sic]. [Numa redação mais concisa: Isto comprova os cálculos de que as proteínas virais podem atacar a hemoglobina].

3. Resumo: Adicionada explicação para coagulação e fibrose.

4. Introdução: Explicada a relação entre esta teoria e hipoxemia, coagulação, fibrose, células mononucleares e outros fenômenos clínicos.
Relacionadas as possíveis rotas para a infecção de glóbulos vermelhos.
Listados os sintomas semelhantes à porfiria.

5. Método: adicionada lista de proteínas da COVID-19.

6. Resultados:
1) Excluído o conteúdo da análise de eficácia de medicamentos.

2) Reprocessados os dados do modelo.

7. Discussão: infecção de glóbulos vermelhos e hemólise imune.

8. Conclusão: Adicionada explicação sobre o mecanismo patogênico.








Esta recentíssima matéria, também auto-explicativa e didática, corrobora inúmeros aspectos dos dois tópicos anteriores (Doença sistêmica endotelial e Doença hematológica viral).

A seguir, a tradução de alguns trechos que evidenciam estes aspectos.




Mini organs reveal how the coronavirus ravages the body

The virus can damage lung, liver and kidney tissue grown in the lab, which might explain some severe COVID-19 complications in people.

Nature.com - Nature Research Journal
By Smriti Mallapaty
22.06.2020

Versão: Alfredo Cyrino

[Nota do tradutor: Nas pesquisas aqui reportadas, os cientistas cultivam organóides (mini-órgãos), a partir de células-tronco humanas, para estudar os efeitos do vírus sobre os mesmos.]

Mini-órgãos revelam como o coronavírus agride o corpo

O vírus pode danificar tecidos pulmonares, hepáticos e renais cultivados em laboratório, o que pode explicar algumas complicações graves da COVID-19.

Pesquisadores estão cultivando órgãos em miniatura, em laboratório, para estudar como o novo coronavírus agride o corpo. Os estudos desses organóides estão revelando a versatilidade do vírus quanto a invadir órgãos, dos pulmões ao fígado, rins e intestinos. Os pesquisadores também estão experimentando drogas nesses mini-tecidos, para determinar se essas terapias podem ser candidatas ao tratamento de pessoas.
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Vários grupos estão utilizando estudos com organóides, para determinar para onde o vírus "viaja", quais células infecta, e quais danos ele causa.
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Os organóides demonstram melhor o que o SARS-CoV-2 faz com os tecidos humanos, diz Núria Montserrat, bióloga de células-tronco do Instituto de Bioengenharia da Catalunha, em Barcelona, Espanha. Eles podem ser cultivados para incluir vários tipos de células e assumir a forma do órgão original, em semanas, diz Montserrat.
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Mas, os estudos sobre o SARS-CoV-2 em organóides têm limitações, porque não refletem as interações entre os órgãos, que ocorrem no corpo, o que significa que os resultados ainda precisam ser validados em modelos animais e estudos clínicos, diz Bart Haagmans, virologista no Erasmus MC em Roterdã, na Holanda.
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Ataque ao sangue

Dos pulmões, o SARS-CoV-2 pode se espalhar para outros órgãos, mas os pesquisadores não tinham certeza de como exatamente o vírus estava se disseminando, até Montserrat e seus colegas publicarem um estudo na "Cell", em 4 de maio de 2020. Em experimentos com organóides, também realizados a partir de células-tronco pluripotentes, eles demonstraram que o SARS-CoV-2 pode infectar o endotélio - as células que revestem os vasos sanguíneos - o que permite que partículas virais atinjam o sangue e circulem pelo corpo. Os relatórios de patologia de vasos sanguíneos danificados, em pessoas com COVID-19, também apóiam essa hipótese, diz Josef Penninger, engenheiro genético da Universidade da Colúmbia Britânica em Vancouver, Canadá, e co-autor principal do estudo.
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Estudos em organóides sugerem que, uma vez no sangue, o vírus pode infectar diretamente vários órgãos, incluindo o rim, afirmam Penninger e Montserrat. Embora o vírus tenha infectado os organóides renais e algumas células tenham morrido, os pesquisadores não têm certeza se essa é a causa direta da disfunção renal observada em alguns pacientes.
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Imensuráveis e irreparáveis efeitos, ainda em curso, do flagelo da COVID-19...

· Perdas de vidas humanas.
· Famílias devastadas.
· Seres humanos "recuperados" com seqüelas.
· Seres sencientes abandonados, esfomeados.
· Colapsos nos sistemas de saúde pública.
· Pacientes de outras doenças graves, desatendidos.
· Uma legião de futuros novos pacientes psiquiátricos.
· Profissionais de saúde atingindo limites de resistência física e psicológica.
· Sistemas de produção e logística globalmente desarticulados.
· Encerramento massivo de empreendimentos e empresas de todas as categorias.
· Perda massiva de empregos.
· Aumento da violência, sob todas as formas imagináveis.
· Prejuízos aos sistemas e instituições de ensino, em todos os níveis.
· Perdas de períodos letivos, ainda não avaliadas, em todos os níveis.
· Crises econômicas por todo o planeta.
· ...

Infelizmente, uma realidade distópica.

Pode-se dizer que, nesta guerra, estamos ainda na defensiva, recorrendo a...

· Isolamento ou distanciamento social;

· Medidas de proteção individual, como máscaras, face shields etc.

· Testes para detecção da doença e de suas fases;

· Tratamento dos pacientes, com os medicamentos atualmente disponíveis, eventual internação hospitalar, conforme a gravidade de cada quadro.


Entretanto...

Nunca, tantos cientistas, médicos e demais profissionais relacionados, por todo o planeta, munidos de tantos recursos financeiros e tecnológicos, e participando de um intercâmbio tão intenso de informações, estiveram tão aplicados a...

· Desvendar os detalhes funcionais, estruturais e "comportamentais" de um vírus, bem como todas as suas interações com o organismo humano.

· Determinar, através de simulações em supercomputadores e ensaios clínicos, os potenciais de incontáveis medicamentos reposicionados (tirados de suas indicações originais) para possivelmente "obstruir" os caminhos utilizados pelo vírus ao invadir as nossas células.

· Construir e manter bases de informações relativas ao uso prático dos medicamentos reposicionados mais promissores, em termos de eficiência, segurança, efeitos secundários etc., bem como protocolos para a sua aplicação (especialmente em hospitais de ponta).

· Desenvolver uma vacina contra um vírus, em um período de tempo extraordinariamente curto, inclusive sob programas de testagem acelerada, adotando linhas de pesquisa bastante diversificadas, todas aparentemente caminhando para ótimos resultados.


Enfim, tarefas hercúleas e inéditas para a Humanidade, empreendidas por gente dedicada, metódica, rigorosa, proativa e, sim, altruísta.

Confiemos em que as soluções definitivas surgirão em breve.

Resiliência e Fé !




fev-2020 - jun-2020