Mais a visão se aprofunda,
mais estrelas se percebem,
na escuridão...

30 de janeiro de 2013

Virá!



Em corcéis e falcões de fogo,
asas metálicas, angelicais, fatais,
rastros ofuscantes, poeira sideral,
entre nuvens, vento e chuva,
purificando...

Ao fundo dos abismos de malfeitos,
inescrupulosos, espoliadores, debochados,
facínoras, ignóbeis, omissos, irresponsáveis
calcinando...

Sobre montanhas de sonhos desfeitos,
criadores, idealistas, abandonados,
deserdados, entristecidos da vida
reconfortando...

Pelos rumos que perdemos ou perseguimos,
reciprocidade, consideração, verdade, inocência,
equanimidade, justeza, essência pura
ensinando...

Hecatombe, regresso de todas as ausências,
Armagedom, batalha final dos tempos,
magentas, violetas, índigos e cristais,
enfim libertando.

Ah, como virá!

17.01.2013

24 de janeiro de 2013

Não me deixe


Não me deixe preso,
ao universo paralelo de visões oníricas,
dimensões e planos entrelaçados,
significados indecifráveis.

Não me deixe partir, por não saber
viver nesta morada.

Não me deixe estancar, por não saber
prosseguir, mergulhar, desaparecer,
na jornada, no tempo, na escapada.

Não me deixe duvidar,
que nem sei como crer.

Não me deixe negar
o que não tenho pra dar.

Não me deixe cobrar,
que nem fiz por merecer.

Não me deixe desistir,
que não deixei de tentar.

Não me deixe dizer
o que penso, o que sei.

Não me deixe dormir,
que não quero sonhar.

Não me deixe ser
quem cansou de existir.

Não me deixe...

17.01.2013

17 de janeiro de 2013

Me quiero hacer un hombre de fe


Por las ventanas de mi alma,
me quiero hacer un hombre de fe, 
aunque solo las ventanas de mis ojos
me digan en lo que creer.

Laberinto de pensamientos, 
siempre haciendo eco de mis días.
Acero de lógica cortando conclusiones.
Inconformismos dispuestos en gavetas.
Recuerdos farpados, a lo mismo vacío de siempre.

Cuidados, esfuerzos, intentos, avances, retrocesos, 
cíclicamente lavados con la esperanza.
Mensajes hechos de corazón y esencia,
recurrentemente lanzados al océano del tiempo.
¿Quien los recibirá?

Efímeras felicidades cultivadas, 
mis queridos prematuros,
mis llorados mortinatos,
resucitados a cada día.

Por las ventanas de mi alma,
me quiero hacer un hombre de fe, 
aunque solo las ventanas de mis ojos
me digan en lo que creer.
No obstante, sigo viendo cosas 
en las cuales no creo...


16 de janeiro de 2013

Quero tornar-me um homem de fé


Pelas janelas de minha alma,
quero tornar-me um homem de fé, 
embora somente as janelas dos meus olhos
me digam em que devo crer.

Labirinto de pensamentos, 
sempre ecoando dos meus dias.
Aço da lógica a talhar conclusões.
Inconformismos organizados em gavetas.
Memórias em farpas, ao mesmo vazio de sempre.

Cuidados, esforços, tentativas, avanços, retrocessos, 
ciclicamente lavados em esperança.
Mensagens feitas de coração e essência,
recorrentemente lançadas ao oceano do tempo.
Quem as receberá?

Efêmeras felicidades cultivadas,
meus acalentados prematuros,
meus pranteados natimortos 
ressuscitados a cada dia.

Pelas janelas de minha alma,
quero tornar-me um homem de fé, 
embora somente as janelas dos meus olhos
me digam em que devo crer.
Ainda assim, continuo vendo coisas 
em que não creio...


15 de janeiro de 2013

E se?


E se não restarem palavras,
se tudo já houver sido dito,
e ninguém houver compreendido?
Quem as repetirá?

E se um olhar lancinante  
trespassar noite e espaço,
sem recolher essências siderais?
Quem o iluminará?

E se nonsense forem os momentos
de espera pela hecatombe,   
final de todas as ausências?
Quem me apaziguará?

E se um pássaro etéreo, garras de fogo,
sem mais ninho para cuidar,
em meu peito decidir morar?
Quem o acalentará?

E se eu caminhar, correr, voar,
voltar para constatar que jamais parti?
Quem me procurará?

E se o pesadelo terminar num sonho,
e o sonho se desfizer em vida,
e a vida se refizer em sonho?
Quem me despertará?