Mais a visão se aprofunda,
mais estrelas se percebem,
na escuridão...

15 de janeiro de 2013

E se?


E se não restarem palavras,
se tudo já houver sido dito,
e ninguém houver compreendido?
Quem as repetirá?

E se um olhar lancinante  
trespassar noite e espaço,
sem recolher essências siderais?
Quem o iluminará?

E se nonsense forem os momentos
de espera pela hecatombe,   
final de todas as ausências?
Quem me apaziguará?

E se um pássaro etéreo, garras de fogo,
sem mais ninho para cuidar,
em meu peito decidir morar?
Quem o acalentará?

E se eu caminhar, correr, voar,
voltar para constatar que jamais parti?
Quem me procurará?

E se o pesadelo terminar num sonho,
e o sonho se desfizer em vida,
e a vida se refizer em sonho?
Quem me despertará?