Aglomerados de
Hércules, de Centauro, de Virgem.
distâncias
infindas, vazios aterradores,
filamentos
galácticos.
Andrômeda... Via
Láctea.
Do centro devorador
à espiral,
Braço de
Perseus... Braço de Órion.
Estrela inexpressiva,
terceiro planeta.
Ser novamente
desperto,
perdido em
memórias de incontáveis estadas,
vivendo,
avançando, rechaçando imposições,
contrariando opiniões,
conselhos,
traçando seus
próprios mapas, roteiros,
percorrendo suas
estradas, ruas,
praças, esquinas,
encruzilhadas,
compreendendo
suas realidades nuas,
semeando aprimoramento,
colhendo paz
e batalhas.
Confiante,
incauto, crédulo.
Planos, projetos,
promessas,
metas atingidas,
metas abandonadas.
Reinvenção,
transmutação, resiliência,
persistindo
no tempo vil, inclemente.
Tanto labor e
luta,
tantos erros
e acertos,
vida ganha, vida
perdida,
nem sei em que
medida.
Confiável, inconfidente,
construtor, destruidor,
criatura, criador,
etéreo,
material, alma, ânima imortal.
Aparelho-dádiva,
recebido perfeito.
Animal
mortal, imerso na fatalidade
de seus
desertos, espinheiros, rios, rochas.
Indeléveis,
ineficazes,
três
pulseiras gêmeas gravadas em cada pulso,
treze brasas
cravadas no punho esquerdo.
Décimo terceiro
ano de mais um milênio
que haverá de
passar, como tantos outros.
Memórias de aprendizado
de mágoas e perdões,
de
reconstrução pelo amor.
Quimicamente exorcizado,
espiritualmente
serenizado,
regenerando mente,
visão, equilíbrio,
doloridos
nervos, músculos e ossos,
prosseguindo
incoercível,
para além dos
desertos, espinheiros, rios, rochas,
por sobre o
que mais me trouxer a vida,
deste ou de
quaisquer planos,
até o momento
de novamente adormecer
este meu furioso
ser, cão de guerra.
novembro -
dezembro, 2013