No lixo, a vida, reciclável.
Cansaço, desalento, persistência.
Não existe a opção de morte.
Cães seguindo dono,
lentamente, cabisbaixos.
Companhia, proteção, reciprocidade,
em suas esqueléticas
fragilidades,
compartilhando água, refeições,
abrigos, descansos, corações,
alguns farrapos, muitas feridas,
sem maldizer tantas iniqüidades,
há somente o hoje em suas
vidas.
Em seus olhos, as dores
caladas
dos destinos selados pela
invisibilidade
aos olhares urbanos apressados.
Em seus passos, o rumo sempre incerto
pelas ruas da fé, ruas da
sorte
que haverá de estar em cada
lixo aberto,
pois não existe a opção de
morte.
dezembro.2013