Mais a visão se aprofunda,
mais estrelas se percebem,
na escuridão...

5 de maio de 2014

Não mais estão


Do meu deserto ser,
o vaso que caiu, trincou, não quebrou,
a planta que vergou, ressecou, não morreu,
as folhas que o ventou carregou,
as flores oníricas, natimortas,
a terra que se espalhou, os pés de quem a pisou,
os olhos, as palavras de quem tudo ignorou.

A mesa de aço da sala de espelhos,
no porão da casa da chuva eterna,
coberta de limo.

A fina areia branca,
derramada na calçada ensolarada,
soprada por entre grades e portão,
marcando as lágrimas e pegadas
de um exacerbado eu
que partiu para sempre.

fev - abr 2014