Onde sentia pulsar o núcleo do planeta,
onde os espaços suportavam meu ranger de
dentes,
minhas palavras murmuradas, janelas
fechadas,
minhas trancas de vidro em portas abertas,
meus inconformismos tingindo as paredes quietas,
meus clamores fluindo nas artérias quentes.
Deitei no chão,
onde sentia passar a Lua sobre mim,
de onde enviava energias da minha mente,
esperanças, temores e dores do meu coração,
em conversas com Canopus, Sírius e Prócion,
até que o Sol me libertasse deste eu solerte,
para adormecer e sonhar, sem oração,
esperando meu início reencontrar meu fim,
no piso frio, em meu corpo inerte.
outubro.2013