Ainda caminho pelas madrugadas da casa,
visitando cômodos, objetos, roupas e velas,
acendendo luzes lá fora e dentro de mim,
como se quisesses sair do meu coração
para a vida.
Somente os meus passos,
pelas escadas, corredores, jardim.
Piso escuro e limpo, plantas quietas,
portão fechado.
No céu, realidade sem poesia,
nenhuma estrela nova para contemplar,
ou chamar.
Ainda caminho pelas madrugadas,
murmurando pensamentos,
mesmo percurso solitário,
esperando que a visão embaçada
me ajude a crer no que não vejo.
17.11.2007 - 04:13am - rev. set.2013